Há tempos, as pessoas ouvem falar das Gerações X, Y ou Z, Millennials ou Alpha. Mas, agora, mais que nunca, o termo Geração C começa a ganhar destaque, mas já não tem as mesmas características dos outros grupos.
Leia nesse post e entenda qual a novidade, o que caracteriza a Geração C e quais estratégias são necessárias para atingi-la.
Mas o que significa Geração C?
A Geração C já não é como os outros grupos, classificados a partir da época em que as pessoas nasceram. Na verdade, tem muito mais a ver com comportamento das pessoas.
Os grupos de pessoas classificadas a partir da data de nascimento surgiram a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. Pessoas nascidas a partir desse momento passaram a ser conhecidas como Baby Boomers, porque com o fim da Grande Guerra, houve uma explosão de natalidade.
A Geração C foi criada para designar o surgimento de um grupo de todas as idades, que é ligado pela mentalidade, que valoriza a conexão digital.
A Geração C ganhou força com a Covid-19, são pessoas de todas as gerações que vivenciaram juntas o mesmo panorama mundial no qual o isolamento e crescimento da conexão digital ocorreu de forma igual para todas. Embora, alguns estudos internacionais já apontassem o surgimento desse grupo há quase 10 anos atrás, muito antes de qualquer ameaça sanitária. Porém, antes da Covid-19, tinha muito mais a ver com os nativos digitais, mas, o panorama mundial mudou isso.
A pandemia trouxe um uso muito mais assíduo do celular, mais uso de redes sociais e compras on-line não apenas para os Millennials, mas para todas as gerações.
O C define quatro características comuns nessa geração:
- Criatividade: essa geração quer dar vazão à criatividade por meio da comunicação, enviando uma mensagem ao público. Por isso, vemos o crescimento expressivo de blogs, lives, vídeos, influencers;
- Curadoria: é a forma como se relacionam com os conteúdos. Quando gostam, compartilham (recomendam) em redes sociais, blogs, lives, comentários de e-commerce;
- Comunidade: não seguem apenas um único líder, fazem conexões nas redes sociais;
- Conectividade: é essencial no processo, para mandar o recado e expandi-lo, a internet é o caminho, porque permite o compartilhamento em diversos canais, como as redes sociais. Tecnologias como a 5G promete saltos quânticos nesse quesito.
Geração P?
Em outras análises também, uma delas nascida em Israel, foi apontado que as crianças e adolescentes da atualidade deveriam ser conhecidas como Geração P, fazendo alusão à pandemia mesmo, porque vão levar essas marcas do isolamento social suas vidas:
- São jovens e crianças que passaram, pela primeira vez, a ter os pais em casa, ajudando no processo de aprendizado on-line;
- Presenciaram as mudanças tecnológicas na família; inclusive, ajudaram pais e avós a fazerem essa transição digital;
- Vão vivenciar uma mudança importante nos processos pedagógicos: o ensino híbrido.
Estudo aponta mudanças de mentalidade
Mas voltando à Geração C (que também abrange a Geração P), um estudo inédito, “Gen C: Nova Sensatez Virtual”, realizado pela empresa global em Relações Públicas, FleishmanHillard”, explicou como as pessoas deste grupo passaram a pensar.
- A pesquisa revelou que 73% dos entrevistados apontaram que a pandemia mudou a forma como eles enxergam o mundo;
- 52% afirmaram que pretendem manter suas mudanças no que se referem ao consumo, mesmo após o fim da pandemia;
- 70% vão continuar com os pedidos de delivery no pós-pandemia;
- 68% revelam que a pandemia mudou os serviços e produtos que eles consideravam importantes.
Essa pesquisa reforçou que houve uma mudança cultural, social e de consumo a partir da pandemia, que incentivou a aceleração da conexão digital entre todas as faixas etárias, algumas delas, muito mais por necessidade, como os idosos.
Como pensar em estratégias para a Geração C?
É fato é inegável: as compras pela internet cresceram muito com a pandemia. Os mais novos já eram mais propensos a adquirir produtos e serviços pela rede, mas o isolamento social ampliou a faixa etária que mudou mentalidade e hábitos de consumo nesse quesito.
Por isso, os conteúdos de qualidade e relevantes precisam ser melhor direcionados e são mais importantes do que nunca para atender ao que as pessoas querem saber, porque a Covid fez com que todos reaprendessem como se relacionam com o consumo.
A pesquisa da FleishmanHillard apontou que 1 a cada 5 postagens realizadas nas redes sociais continham dicas sobre informações sobre as novas regras de capacidade de estabelecimentos, uso de máscaras e distanciamento, como comprar com segurança, etc. Para 70% dos consumidores globais, é o que esperam das marcas no momento: cuidado e atenção.
Veja mais alguns cuidados:
É preciso atribuir valor
É preciso que as marcas fiquem muito mais atentas também porque esses consumidores ficaram mais exigentes. Se eles não encontrarem os produtos de uma marca que querem, vão buscar outras que os atendam.
É preciso pensar também em estratégias que evidenciem o valor dos produtos e serviços. A pesquisa da FleishmanHillard revela que houve um aumento de 306% em uma maior percepção de valor com clientes com conexão emocional com a marca.
Consciência social
Os consumidores da Geração C também observam as preocupações sociais das marcas. Segundo a mesma pesquisa, 62% consideram o comportamento das marcas em relação às desigualdades de gênero ou raça.
Houve um grande crescimento no número de influencers que carregam a bandeira da representatividade.
Compras locais
Outro fator que mudou com a pandemia é a questão da globalização. No quesito consumo, as pessoas ficaram muito mais propensas à exploração de ofertas nas proximidades de suas residências, dando mais força aos comércios locais.
Estratégias para cada momento
Uma pesquisa do Sebrae demonstrou que, em julho de 2020, alguns itens estavam em alta: alimentos, produtos para manutenção geral da saúde e bem-estar, produtos para contenção do vírus, etc.
Agora, com a flexibilização, é preciso focar no que está em alta, com o “novo normal”. Muitas pessoas estão voltando às rotinas, mas ainda demonstram cautela renovada sobre a saúde, o que também é uma constatação da pesquisa do Sebrae.
No entanto, durante a pandemia também cresceu muito as compras de produtos de beleza e cosméticos, livros e e-books, cursos on-line e eletrônicos. É preciso entender o que ainda vai continuar. Será que após a flexibilização, será necessário tantas lives? Essa é uma reflexão relevante a ser feita.
Importante é encontrar consonância com os anseios da Geração C, por isso, o marketing de influência também precisa estar em uma constante ascensão.
É preciso adaptar os discursos, trazer os conteúdos dentro dos protocolos, e descentralizar a comunicação para criar novas relações com o consumidor.
É preciso entender essa busca dos consumidores em estarem inseridos nessa rede formada por comunidades e compreendê-las de forma mais profunda, para que os produtos e serviços do cliente consigam entram nessa curadoria realizada pela Geração C.
Redes sociais e Geração C
As pessoas continuam com uma forte necessidade de interação social, por isso, muitas redes sociais bombaram e continuam bombando, como o Instagram, que foi a rede queridinha na pandemia.
Porém, o Youtube cresceu muito, as pessoas passaram a assistir muito mais lives durante a pandemia, tanto para aprender a fazer coisas, como cozinhar, como para se divertir, como ver shows, etc.
Para usar as redes em estratégias é preciso pensar em cada público. Por exemplo, as estratégias para atingir os mais jovens devem focar no Tik Tok. Já os Baby Boomers, interagem muito mais no Facebook. Já o público que busca o “como fazer”, está muito ligado ao Pinterest.
Agora, nesse novo momento, as marcas precisam mais que nunca continuar investindo na presença digital e testar novas ferramentas e estratégias, para gerar relações duradouras com o seu público, mostrando utilidade e relevância para o consumidor.
É hora de abraçar as mudanças e buscar uma melhoria contínua a partir delas.