Por Carolina Schmidt
Junto com a minha equipe, eu estive nos dois dias do Fórum E-Commerce Brasil 2022, em São Paulo, para vivenciar uma experiência de refrescar as ideias, observar tendências e criar novos insights que são para lá de importantes dentro do meu dia a dia na agência.
Então, quero começar esse texto falando sobre a importância que eu vejo em participar de eventos dessa natureza, que passa por questões como conhecer o que as grandes empresas estão fazendo e como o mercado está se comportando.
Sair por dois dias da rotina, da correria das entregas e da formulação de estratégias de marketing para os clientes, reserva a oportunidade de se envolver e se conectar a novas ideias e receber provocações que te impulsionam a sair de um determinado patamar para um outro mais alto, que está além do que a mente já estava habituada.
No Fórum ‘22, foram abertos 30 palcos simultâneos, com plenárias principais sobre Transformação Digital, Marketing e Vendas, Tecnologia e Inovação e Gestão e Operações, além das outras salas com assuntos dedicados a temas não menos importantes e enriquecedores para o ecossistema do e-commerce.
Participar de um evento assim, possibilita um grande enriquecimento pessoal e profissional e até a chance de mudar o mindset, porque permite enxergar de um ponto de vista mais abrangente, ouvir novas ideias que podem ser implantadas e que sempre são passíveis de adaptação de alguma forma às realidades de cada negócio, o meu e os dos clientes.
O que observei no Forum E-commerce Brasil
Quero trazer aqui as percepções que tive durante as palestras e visita aos estandes, os temas mais quentes, as tendências e o movimento mercadológico que pude notar.
Quero começar com a questão que mais se espera quando surge um evento sobre e-commerce: a tecnologia, que está por trás de todas as outras tendências. Esse é um ponto muito importante para os resultados porque viabiliza as estratégias e impulsiona os negócios, por meio de plataformas e apps cada vez mais avançados.
Baseadas em inteligência artificial e aprendizagem do comportamento do usuário, a tecnologia ajuda cada vez mais a nós, profissionais de marketing, a colocar em prática as estratégias idealizadas.
Um dos exemplos é a estruturação dos e-commerces com o headless, tecnologia de arquitetura com a qual o front-end é desacoplado da funcionalidade de back-end commerce e assim pode ser atualizado ou editado sem interferências.
Só para citar mais um exemplo baseado no que eu vi e ouvi Fórum E-Commerce Brasil , outro ponto é a tecnologia trazendo a possibilidade do e-commerce conceder cashback para os clientes associada a uma parceria com as fintechs, possibilitando, por exemplo, que eles usem esse benefício para fazer um investimento no Tesouro Direto.
A tecnologia permite um verdadeiro ganha-ganha para todos os lados envolvidos.
Comunidades
Uma outra percepção que tive durante o evento foi sobre a força das comunidades dentro e fora da internet, que é uma tendência que vem se colocando há muito tempo no mercado.
É próprio do ser humano querer ter essa sensação de pertencimento, participar e defender uma tribo, de algo maior do que a sua própria individualidade. Inclusive as próprias mídias sociais já perceberam essa força e estimulam a formação de comunidades, com pessoas que tenham pensamentos e desejos afins.
A comunidade é viva e não pode ser controlada, revela linhas de pensamento que podem ser referência para estratégias ao redor e a favor de uma marca.
Entretenimento
O conteúdo tem dois pilares muito fortes: um é o educacional, com o qual é possível trazer dicas e informações sobre o que a marca oferece dentro de um segmento; enquanto o outro lado muito forte do conteúdo é o entretenimento.
Esse entretenimento tem sido impulsionado por redes sociais como o Tik Tok e a Twitch, dedicado quase exclusivamente aos gamers.
Assim, o que eu vejo é que hoje é um grande desafio para as marcas saber usar essas redes como forma de ganhar mais visibilidade, relevância, abrangência e criar comunidades, por meio dos influencers, creators e streamers, que sabem conversar muito mais diretamente com audiência.
Nessas redes, os criadores de conteúdos podem liderar estratégias diferentes e inovadoras para auxiliar no destaque de uma determinada marca a aproximar e conquistar novos clientes.
Ainda é uma questão delicada porque a marca em si não consegue sozinha criar um conteúdo de entretenimento, mas ao poder se associar aos criadores para produzir algo diferente e que vai ser considerado significativo para a sua audiência.
No Forum ‘22, muitas palestras abordaram a necessidade das marcas surfarem na onda dos influenciadores, porque eles caminham junto com o pilar entretenimento e têm sido peças fundamentais nas estratégias de marketing.
Mas um ponto a ser destacado é que para fazer esse trabalho conjunto, a marca deve dar liberdade aos influencers para que eles criem um tom de voz coerente com a sua audiência.
Além disso, esse aprendizado do trabalho conjunto também passa por ter muita agilidade para não perder as hypes que podem gerar bons resultados para as marcas. Isso exige um formato diferente de aprovação entre agências e clientes para não deixar uma boa onda passar.
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Experiência do Cliente
Nas palestras ficou muito clara a necessidade de diminuir a fricção entre as marcas e melhorar a experiência do cliente.
Uma melhor costumer experience é fundamental tanto no que se refere à parte tecnológica como na parte de conteúdo. A pergunta é: como é possível ser mais claro e revelante em um mundo no qual o usuário tem pouco tempo e muita informação para absorver?
É interessante entender que mesmo as marcas mais tradicionais podem adotar novas tecnologias e tendências para melhorar a experiência do seu usuário.
Um exemplo apresentado no Fórum E-Commerce Brasil foi da marca Granado, que surgiu em 1870, e vem sobrevivendo todo esse período em um mundo repleto de novidades.
Uma das inovações adotadas pela marca foi a criação de um clube de benefícios da marca com NFTs.
Mesmo as marcas mais tradicionais já estão se posicionando e fazendo um movimento no sentido de adotar novas formas, como o uso de criptomoedas, para atingir uma parcela mais relevante da população que valoriza essa hype de ativos, como celebridades e artistas.
Essa é uma forma de fazer uma grande virada e transformação digital de forma bem-feita, mas sempre com foco total no cliente. É como disse Andre Secco, head de canais digitais da Granado e palestrante do Fórum ‘22, a marca precisa estar onde o cliente está.
Uma das provas que usar a inovação funciona é que um dos perfumes da Granado, o Époque Tropical, foi considerado o “perfume do Tik Tok”, indicado por vários influencers. Resultado: viralizou de forma orgânica! As vendas explodiram e virou o carro-chefe da marca.
Mesmo sendo uma marca tradicional, a Granado soube surfar na onda e desfrutou dos benefícios de uma plataforma moderna e com potencial incrível para as mais diversas estratégias.
Enfim, como eu falei mais acima, foram dois dias de muita ampliação de ideias. Essa pausa na rotina do dia a dia, com certeza, será o estopim do surgimento de novas iniciativas e boas ideias para os nossos clientes. Vale muito a pena se permitir!
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